sábado, 9 de abril de 2011

Acidentes : o lado sombrio da paixão pela velocidade

                      Gustavo Sondermann ( 17 de fevereiro de 1982 + 3 de abril de 2011 )

Acidentes causados por automóveis

  Retornando depois de um tempo, ao blog,  com um tema no mínimo, pesado. Tema esse, que a maioria dos apaixonados por velocidade evitam falar e há os que dizem que não há melhor maneira de morrer. O que fica é a consternação, a perplexidade diante de imagens chocantes e perdas de vidas, presentes e cada vez mais comuns, no nosso dia-a -dia, seja  ao ligar a tv, abrir o jornal ou acessando a internet, ou através de notícias de familiares e entes queridos. Por isso, eu vou falar não só dos acidentes no mundo esportivo,  como também falarei das mortes no trânsito, contando a história do automóvel, vista por outro ângulo : o carro como uma arma letal.
 Eu tive a idéia do post, logo após ler a notícia de mais um falecimento no mundo automobilístico, dessa vez o jovem de 29 anos, Gustavo Sondermann na etapa de acesso à stock cars realizada em Interlagos, São Paulo.

Após um grave acidente na etapa de São Paulo na categoria de acesso à Stock Car, o piloto Gustavo Sondermann teve sua morte cerebral anunciada pelo corpo médico do Hospital São Luiz, onde foi atendido. Segundo o boletim médico oficial, o paulista, que chegou com quadro estável ao local, teve  complicações por conta do acidente. A Confederação Brasileira de Automobilismo decretou luto oficial de sete dias.

O piloto de 29 anos começou sua carreira no kart aos 16 anos. Em 2007, Sondermann viveu de perto uma das maiores tragédias do automobilismo brasileiro: o paulista corria na Stock Light pela equipe FTS Competições. Seu companheiro de equipe, Rafael Sperafico, acabou se envolvendo em um grave acidente também em Interlagos e morreu.

Por coincidência, o acidente fatal de Gustavo aconteceu na mesma pista e curva de Sperafico: a curva do Café. A pick-up número 48 do piloto foi acertada por três veículos até ser totalmente destruída em colisão com o carro de Pedro Boesel. O local é conhecido por ser o mais perigoso do autódromo paulista.





 O piloto paranaense Rafael Sperafico, de 26 anos, morreu após acidente grave na sexta volta da corrida de Interlagos da Stock Car Light. O piloto, que era estreante na categoria, escapou da pista na curva do Café, bateu na proteção de pneus, voltou rodando e foi atingido em cheio pelo carro de Renato Russo. Segundo informações médicas, Sperafico teve morte instantânea por traumatismo craniano. O local onde aconteceu o acidente é o mais perigoso do circuito e chamado por alguns de 'reta torta'.



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  O primeiro acidente da história, deu-se em 1769 com um veículo  movido a vapor, mas que não andava nos trilhos, para muitos, o primeiro carro.


O primeiro homem a dar uma volta em uma engenhoca movida a vapor foi o oficial de artilharia francês Nicolas Cugnot. Em 1769, o seu veículo de três rodas alcançou a velocidade de 4 km/h em uma rua de Paris, para - no auge de seu sucesso - colidir com o muro do quartel, onde servia como engenheiro militar, produzindo o primeiro acidente de automóvel. Um ano depois, ele apresentou um novo modelo para o transporte de canhões. Ao dobrar uma esquina, Cugnot causou outro acidente. Desse modo, ele ainda seria o primeiro homem condenado por condução perigosa e acabou na prisão.

A maior parte dos historiadores reconhece dois alemães, Karl Friedrich Benz (1844-1929) e Gottlieb Wilhelm Daimler (1834-1900), como os pioneiros do automóvel. O primeiro carro prático que teve sucesso em uma corrida de teste foi um veículo de três rodas construído por Benz, um engenheiro mecânico, em 1885. Com a aparência de um carrinho de bebê gigante, o carro deu quatro voltas numa pista ao redor de sua fábrica, sob a torcida da esposa de Benz e seus empregados. Até que uma das correntes se rompeu com um estalo e o carro parou completamente. Naquele mesmo ano, durante uma exposição pública de seu veículo aperfeiçoado, Benz teve seu primeiro acidente: excitado pela velocidade de seu carro, ele colidiu com um muro de tijolos.
A corrida de teste de Daimler aconteceu alguns meses depois das voltas de Benz ao redor da fábrica - e não teve acidentes. O motor de Daimler finalmente tornou o carro uma realidade. De fato, as duas companhias se fundiram em 1926 para produzir automóveis Mercedes-Benz. O mais curioso, entretanto, é que os dois proprietários nunca se conheceram.

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 Já o primeiro acidente no Brasil, se deu em 1903.  

Em fins do século XIX, chegam ao país os primeiros automóveis providos de motor a explosão (combustão interna) e movidos a vapor. A partir daí, o Brasil entra na era automobilística. Os Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro foram os primeiros a conhecer o automóvel. O primeiro veículo automotor chega a São Paulo em 1893, de propriedade de Santos Dumont, que o trouxe da França. Neste mesmo ano, a fábrica Moinho de Ouro da cidade do Rio de Janeiro, de propriedade de Álvaro Fernandes da Costa Braga, importou o primeiro veículo movido a vapor, para serviço da empresa.

Os brasileiros mal acabaram de conhecer o automóvel e já entraram para a história dos acidentes. O primeiro acidente automobilístico aconteceu em 1903,José do Patrocínio resolve ensinar o amigo poeta Olavo Bilac a dirigir seu carro. Bilac, porém, consegue arremessá-lo de encontro a uma árvore, na Estrada Velha da Tijuca, protagonizando o primeiro acidente automobilístico do país.

Diante do primeiro acidente, as autoridades e o Automóvel Clube do Brasil, tomaram medidas no sentido de tornar o tráfego mais seguro, tanto para os pedestres quanto para o próprio motorista. Autoridades municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro, com o intuito de disciplinar e ordenar o trânsito de veículos, em 1903, legalizaram o trânsito de automóveis, com a concessão das primeiras licenças para dirigir. Em 1906, adota-se no país o exame obrigatório para habilitar motoristas (Oliveira, 1986).

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De volta ao mundo das corridas....

                                                  Pierre Levegh (1905 + 1955)

 As corridas automotivas podem ser um esporte perigoso.Muitas pessoas, incluindo pilotos, membros da equipe, comissários e espectadores, foram mortos em acidentes relacionados ao esporte, sendo nas corridas, nas classificações, no treino oficial ou até mesmo em testes privados.Mortes envolvendo pilotos e espectadores foram comuns nos primeiros anos das corridas. No entanto avanços na tecnologia da segurança e as especificações designadas para conter a velocidade reduziram as mortes nos últimos anos.Acidentes espetaculares acabaram por aumentar as medidas de segurança e então as regras mudaram.O pior acidente em corridas foi o de Pierre Levegh, em 1955 na pista de Le Mans, que matou além dele, mais 80 espectadores em volta e com mais de 100, ficando feridos.


(agradecendo ao nosso revisor Alex Rempel, pela tradução do artigo).

                                                      * imagens muito fortes *
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O primeiro acidente em corridas, eu não consegui encontrar, porém, encontrei um que data de 1900

Attilio Caffaratti, que se acredita ser a primeira fatalidade no desporto motorizado na Itália, foi morto quando o seu veículo com  três rodas, correndo numa pista escorregadia devido à chuva que havia caído na noite anterior, saiu da estrada na pequena aldeia de Ca 'Nuova e caiu em um canal. Caffaratti bateu em uma árvore com a cabeça e foi declarado morto no local do acidente 20 minutos depois.
(1878–1900), Brescia-Cremona-Mantova-Verona-Brescia.  


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 O pior acidente da história... 24 horas de Le  Mans, 1955...

                                                  *imagens fortes*

A tragédia de Le Mans em 1955 foi um acidente durante a corrida automobilística 24 Horas de Le Mans, em 11 de junho de 1955. Os carros envolvidos no acidente atingiram vários espectadores, matando 84  deles. Este foi o pior acidente das 24 Horas de Le Mans.

Quando Mike Hawthorn se dirigia aos boxes com seu Jaguar, quase colide com o Austin-Healey de Lance Macklin, que para o evitar desviou para a esquerda atingindo o Mercedes do piloto francês Pierre Levegh, que vinha logo atrás.

Ocorreu então, um grande estrondo, com o carro de Levegh passando por cima de Macklin, batendo na barreira e começando a pegar fogo. O francês morreu na hora e pedaços do carro dele voaram sobre o público.

Como resultado do acidente, houve morte de vários espectadores, no pior acidente da história do automobilismo.

O Mercedes explodiu e desintegrou-se com o capot a constituir uma autêntica lâmina voadora que decapitou e decepou várias pessoas. O conjunto do bloco do motor e eixo dianteiro constituíram uma verdadeira bala de canhão quem esmagou diversos espectadores e a carroçaria em magnésio incendiou-se, sendo este metal facilmente combustível e a sua chama particularmente difícil de extinguir. O Austin Healy desgovernado entra em sucessivos peões e acaba por bater também nas bancadas esmagando também três pessoas. O resultado foi catastrófico, com 82 pessoas a perderem a vida, incluindo Levegh e 76 ficaram amputadas. Juan Manuel Fangio narrou depois que Levegh ainda teria levantado a mão para o avisar do acidente eminente, o que lhe permitiu evitar envolver-se.

Consequências: equipe Mercedes vencia a corrida, com Stirling Moss e Juan Manuel Fangio, e retirou-se dela em respeito aos mortos;
A própria Mercedes retirou-se do automobilismo após o acidente, só retornando em 1989.
Até 2006, o automobilismo foi proibido na Suíça devido ao acidente, embora este tenha ocorrido na França. Apenas em 2007, corridas em território helvético voltaram a ser liberadas.


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  O Brasil é quinto país do mundo em mortes por acidentes de trânsito
Publicada em: junho, 17 de 2009 ).

Alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra que o Brasil tem o quinto maior número de mortes no trânsito de todo o mundo. O dado será divulgado nesta semana com a publicação do maior estudo já realizado sobre o impacto dos desastres para a saúde.

A OMS utilizou dados de 2007, com o objetivo de comparar todos os países. Segundo dados oficiais naquele ano, houve 35,1 mil mortes causadas por desastres com automóveis no Brasil. Especialistas acreditam que esse número pode ser bem maior, pois só são contabilizadas as mortes que ocorrem no local do acidente.

Em termos absolutos, o número brasileiro só é inferior ao de outros quatro países: Índia (105,7 mil), China (96,6 mil), Estados Unidos (42,6 mil) e Rússia (35,9 mil). Percentualmente, o Brasil ocupa uma posição intermediária, com 18 mortes para cada 100 mil habitantes. Nesse caso, a taxa é superior à dos Estados Unidos (13) e inferior à da Rússia (25), por exemplo.

Os maiores índices se concentram no Leste do Mediterrâneo e nos países africanos. Ainda segundo a pesquisa as menores taxas estão na Holanda, Suécia e Reino Unido. A conclusão da pesquisa é que atualmente os acidentes nas estradas já são a décima maior causa de mortes no mundo. Segundo a OMS, esses desastres matam 1,2 milhão de pessoas por ano.

                                             
                                                 Detonautas - O dia que não terminou

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conclusão...

  Eu fiz questão de fazer esse post, para alertar aos nossos jovens que a velocidade pode ser fascinante,  a sensação de liberdade dar muito tesão, sobretudo a falsa idéia de que já somos adultos por termos um carro, porém, sem conhecimento, que se traduz em experiência e responsabilidade, prudência e respeito a vida do outro, não passarão apenas de mais um, nessa triste estatística que cresce a cada dia. O trânsito não só mata, mas mutila e destrói a vida de muitas famílias. Então, pensem bem naqueles velhos conselhos : bebida e direção não combinam; não use celular no trânsito; mantenha seu carro em dia com a revisão...acima de tudo, respeitem esse arma que é o carro.
 A proveito para fazer  desse post, um tributo a esses pilotos que se foram por uma paixão que transcende a idéia da morte. 
 Espero que tenham gostado.

 por Takahashi Ryousuke , membro do Projeto D.

Um comentário:

  1. Muito bom post Ryosuke.
    Acredito que o que faz os jovens Brasileiros a fazer "Racha"ou "pega" mais comumente falando,é a falsa sensação de poder,inspirados em filmes como velozes e furiosos,eles menosprezam o perigo que essas maquinas oferecem,além de ter esta de Bebida e direção...A melhor coisa à fazer é incentiva-los à participar de corridas legais,como:Pilotos e Marcas,Arrancas em geral e etc.
    E aos que foram fazendo o que gostavam que é correr em circuitos meus pesames.
    Ayrton Senna:"You can fly so high accelerating"

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